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sábado, 23 de março de 2013

Chocolate brasileiro tem menos cacau em sua composição


Por Luciana Oliveira


A Páscoa esse ano chegou mais cedo. Já no início de março o comércio de Vitória da Conquista exibia coelhinhos, ovos de chocolate de todos os tamanhos, gostos e valores.  A festividade é considerada a melhor época do ano para produtores de chocolate, sejam eles grandes indústrias ou pequenos produtores. O clima de entusiasmo é embalado por dados com os da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), que apontam o Brasil como o terceiro maior produtor e quarto maior consumidor de chocolate do mundo. O consumo cresceu e variedade de produtos também. Os dados animadores só não dão conta das mudanças na legislação federal referentes à fabricação de chocolate. Desde 2005 a indústria alimentícia conseguiu autorização para usar gorduras vegetais e menos cacau.

Quem já não é tão garotinho certamente se lembrará com saudades dos chocolates de outros tempos. A sensação é que eles tinham mais sabor do que os de hoje. E tinham mesmo. Antigamente essas gostosuras não só pareciam melhores, como de fato eram. E isso graças a uma resolução federal de 1978, que determinava que todo chocolate deveria conter um mínimo de 32% de sólidos de cacau e manteiga de cacau pura. O açúcar tinha que ser sacarose, podendo ser substituído por glicose pura ou lactose.

Em 2005, uma outra resolução abriu caminho para a perda de qualidade. A decisão, que é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), reduziu a porcentagem de cacau para apenas 25% e desobrigou o uso de manteiga de cacau. Resultado: chocolates-guloseima que colam no céu da boca e não oferecem nenhuma grande experiência de sabor. Por ser mais barato, a indústria opta pela utilização de gorduras vegetais que alteram características fundamentais como sabor, textura e brilho.

Como decidir na hora da compra
Nem tudo está perdido. Em meio a tantas marcas e informações o Letras & Panelas organizou informações que ajudam você a decidir melhor na hora da compra:

- Não se deixe seduzir pelo preço. Apesar da decisão da ANVISA, muitas marcas oferecem chocolates com uma graduação de cacau maior que a exigida. Nestes casos o preço é sempre um pouco maior do que se costuma pagar pelos chocolates mais comuns.
- Leia os rótulos.  Se estiver escrito pó de cacau e gordura vegetal, fuja.
- Invista em chocolates artesanais. Tem muita gente produzindo delícias caseiras com ótimos produtos e, às vezes, o preço também compensa.