Por Luciana Oliveira
A Páscoa esse ano chegou mais cedo. Já
no início de março o comércio de Vitória da Conquista exibia coelhinhos, ovos
de chocolate de todos os tamanhos, gostos e valores. A festividade é considerada a melhor época do
ano para produtores
de chocolate, sejam eles grandes indústrias ou pequenos produtores. O clima de
entusiasmo é embalado por dados com os da Associação Brasileira da Indústria de
Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), que apontam o Brasil como o terceiro maior produtor e
quarto maior consumidor de chocolate do mundo. O consumo cresceu e variedade de
produtos também. Os dados animadores só não dão conta das mudanças na
legislação federal referentes à fabricação de chocolate. Desde 2005 a indústria alimentícia
conseguiu autorização para usar gorduras vegetais e menos cacau.
Quem já não é tão garotinho certamente
se lembrará com saudades dos chocolates de outros tempos. A sensação é que eles
tinham mais sabor do que os de hoje. E tinham mesmo. Antigamente essas
gostosuras não só pareciam melhores, como de fato eram. E isso graças a uma resolução
federal de 1978, que determinava que todo chocolate deveria conter um
mínimo de 32% de sólidos de cacau e manteiga de cacau pura. O açúcar tinha que
ser sacarose, podendo ser substituído por glicose pura ou lactose.
Em 2005,
uma outra resolução abriu
caminho para a perda de qualidade. A decisão, que é da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), reduziu a porcentagem de cacau para apenas 25% e
desobrigou o uso de manteiga de cacau. Resultado: chocolates-guloseima que
colam no céu da boca e não oferecem nenhuma grande experiência de sabor. Por
ser mais barato, a indústria opta pela utilização de gorduras vegetais que
alteram características fundamentais como sabor, textura e brilho.
Como decidir na hora da compra
Nem tudo está perdido. Em meio a tantas
marcas e informações o Letras & Panelas organizou informações que ajudam
você a decidir melhor na hora da compra:
- Não se deixe seduzir pelo preço.
Apesar da decisão da ANVISA, muitas marcas oferecem chocolates com uma
graduação de cacau maior que a exigida. Nestes casos o preço é sempre um pouco
maior do que se costuma pagar pelos chocolates mais comuns.
- Leia os rótulos. Se estiver
escrito pó de cacau e gordura vegetal, fuja.
- Invista em chocolates artesanais. Tem
muita gente produzindo delícias caseiras com ótimos produtos e, às vezes, o
preço também compensa.
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